Meu nome é Fátima Bolacha Clorencio. Sou mãe de quatro filhos e tenho cinco netos, testemunhas vivas de que a perseverança e o trabalho árduo podem mudar destinos. Minha jornada no mundo dos negócios começou oficialmente em 2015, num contexto de máquinas e construções precárias. Naquele tempo, trabalhava numa empresa de algodão, numa situação que me fazia sonhar com um futuro melhor, imaginando que, mesmo começando do zero, um dia eu poderia “reformar” a minha vida.
Tudo se transformou quando a energia chegou à Ribáuè. Com esse novo recurso, as máquinas passaram a funcionar de forma eléctrica e eficiente, e eu percebi que era hora de inovar. Inspirada por essa mudança tecnológica e pela necessidade da comunidade local — que sofria com a fome e tinha de recorrer à cidade de Nampula para conseguir farinha — eu decidi investir no processamento e empacotamento de farinha de milho. Assim, pude não só transformar a minha realidade, mas também oferecer uma solução prática para abastecer a população com um produto essencial. Curiosamente, a ideia de trabalhar com esse processo já havia germinado desde 2011, e veio a se solidificar com a chegada da energia, permitindo-me modernizar minhas operações.
No entanto, para levar adiante essa visão e crescer de forma sustentável, precisei de apoio financeiro. Após diversas tentativas frustradas nos bancos, em que os financiamentos eram restritos à funcionários do sector público, participei de uma reunião no SDAE. Foi ali que conheci da Gapi, que estava a falar com tanta convicção sobre os seus serviços. Aproveitei a oportunidade, aproximei-me e decidi solicitar o apoio que tanto precisava.
Com o primeiro financiamento de 70 mil meticais, investi na compra de produtos para aumentar a minha matéria-prima. Esse valor foi quitado na totalidade, o que me deu a confiança para ir em frente. Em seguida, pedi um novo financiamento de 100 mil meticais, também utilizado para investir na compra de insumos, o qual paguei integralmente. A próxima etapa veio com um empréstimo de 1 milhão de meticais: sem transporte adequado, seria impossível escoar os produtos do campo para a cidade. Assim, com esse montante, comprei minha camioneta e adquiri um moinho de fábrica, que passou a ser o coração do meu negócio.
Não parando por aí, um novo financiamento de 1 milhão e 500 mil meticais permitiu-me expandir ainda mais: adquiri uma minibus, mais um equipamento para o moinho e uma piladeira, configurando uma composição completa para a operação. O negócio, que começou na minha humilde barraquinha — onde só se vendiam sorvetes e alguns produtos básicos — evoluiu para uma operação dinânica, com a minibus cortando as estradas e, ao lado do meu filho, garantindo que a farinha seja entregue em grandes quantidades na cidade. Cada financiamento foi rigorosamente quitado, reforçando a credibilidade do empreendimento e a minha confiança.
Hoje, minha história é uma prova viva de que, com coragem, visão e o apoio certo, é possível transformar desafios em oportunidades e mudar a realidade de uma comunidade inteira. O sucesso do meu negócio não só me permitiu alcançar a “reforma” pessoal que tanto sonhava, mas também contribuiu para aliviar a fome e promover o desenvolvimento local. Essa trajectória contagiante inspira todos aqueles que acreditam que, a partir de uma ideia e do trabalho árduo, o impossível pode se tornar realidade.
E você, já pensou em como transformar cada desafio numa oportunidade de crescimento? Podemos explorar novas histórias de sucesso ou estratégias inovadoras para transformar realidades!
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